Era uma vez, em um lindo lago cercado por árvores verdes e flores coloridas, uma pequena tartaruga chamada Tita. Ela tinha uma casca brilhante e um sorriso encantador. Apesar de ser muito querida por todos, Tita tinha um probleminha: ela era muito impaciente.
Tita queria que tudo acontecesse bem rápido. Se fosse hora de comer, ela queria a comida pronta na mesma hora. Quando brincava de esconde-esconde com seus amigos, ela sempre saía correndo antes de contar até dez. “Esperar é tão chato!”, dizia Tita com um suspiro.
Um dia, enquanto Tita passeava pelo lago, encontrou Dona Coruja, a moradora mais sábia da floresta. Dona Coruja estava empoleirada em um galho, observando tudo ao redor com seus olhos atentos.
— Olá, Tita! — cumprimentou Dona Coruja. — O que a traz aqui hoje?
— Olá, Dona Coruja! — respondeu Tita. — Estou entediada. Parece que tudo demora tanto para acontecer. Queria que as coisas fossem mais rápidas!
Dona Coruja sorriu com gentileza.
— Minha querida, nem tudo precisa ser rápido. Às vezes, as melhores coisas levam tempo. Por que você não tenta aprender a esperar?
Tita franziu a testa.
— Aprender a esperar? Isso parece ainda mais chato!
— Que tal fazer um pequeno desafio? — sugeriu Dona Coruja. — Se você conseguir aprender a esperar, prometo que terá uma surpresa especial.
Uma surpresa? Isso chamou a atenção de Tita. Ela adorava surpresas.
— Tudo bem, Dona Coruja. Eu vou tentar!
No dia seguinte, Tita começou seu desafio. A primeira prova de paciência veio logo de manhã. Ela estava ansiosa para comer suas folhas preferidas, mas sua mamãe tartaruga ainda estava preparando tudo.
— Posso comer agora? — perguntou Tita, já mexendo as patinhas de impaciência.
— Espere só um pouquinho, querida. Ainda não está pronto — respondeu Mamãe Tartaruga.
Tita respirou fundo. Em vez de reclamar, ela decidiu cantar uma música enquanto esperava. Quando finalmente pôde comer, percebeu que as folhas pareciam ainda mais gostosas.
— Talvez esperar não seja tão ruim assim — pensou Tita.
Mais tarde, Tita foi brincar com seus amigos. Ela queria jogar bola, mas o coelhinho Bino ainda estava procurando a bola no meio dos arbustos.
— Vamos logo, Bino! — gritou Tita.
— Calma, Tita. Já vou encontrar — respondeu Bino.
Tita lembrou do desafio de Dona Coruja. Em vez de reclamar, ela decidiu ajudar Bino a procurar. Quando finalmente encontraram a bola, a brincadeira foi muito mais divertida.
Conforme os dias passavam, Tita foi percebendo que esperar podia ser uma oportunidade para aproveitar outras coisas. Enquanto esperava o pôr do sol, ela ouvia os sons dos pássaros. Quando aguardava a chuva passar, ela brincava com as poças d’água. A cada momento, descobria algo novo e especial.
Depois de uma semana, Tita voltou a falar com Dona Coruja.
— Dona Coruja, acho que aprendi a esperar! Descobri que, quando temos paciência, podemos aproveitar muitas coisas ao nosso redor.
Dona Coruja sorriu orgulhosa.
— Parabéns, Tita! Você aprendeu uma lição valiosa. E agora, como prometido, aqui está sua surpresa.
Dona Coruja entregou a Tita uma pequena semente.
— Plante esta semente no chão e espere. Com o tempo, ela lhe dará um presente incrível.
Tita plantou a semente com cuidado e todos os dias ia até lá para regá-la e verificar se algo estava acontecendo. No começo, parecia que nada mudava. Mas Tita não desistiu. Ela sabia que as coisas boas levavam tempo.
Depois de alguns dias, um pequeno brotinho apareceu. Com o passar das semanas, o brotinho cresceu e se transformou em uma linda árvore com flores coloridas. E sabe o que tinha nessa árvore? Frutas doces e deliciosas que Tita podia compartilhar com seus amigos.
Tita aprendeu que, com paciência, as recompensas eram ainda melhores. A partir daquele dia, ela nunca mais reclamou de esperar. Afinal, esperar pode ser uma aventura cheia de descobertas!
E assim, Tita viveu feliz, ensinando a todos os seus amigos que, às vezes, as melhores coisas da vida vêm para aqueles que sabem esperar.