Em uma noite tranquila, no coração de uma colina verdejante, vivia um coelhinho chamado Nico. Ele era conhecido por sua curiosidade infinita e seus grandes olhos brilhantes, que pareciam refletir as estrelas do céu. Nico tinha um passatempo muito especial: ele adorava observar as estrelas e contar quantas conseguia enxergar.

Enquanto os outros coelhos brincavam de correr ou escondiam-se entre as árvores, Nico preferia se sentar no topo da colina, com o focinho voltado para o céu. Ele achava mágico como as estrelas piscavam, como se estivessem contando segredos. Nico sempre dizia:

— Um dia, vou contar todas as estrelas do céu!

Seus amigos achavam graça. A coelhinha Lili, que era muito prática, riu e disse:

— Mas Nico, isso é impossível! As estrelas são muitas, e algumas nem podemos ver direito.

— Talvez — respondeu Nico com um sorriso. — Mas eu vou tentar mesmo assim!

Naquela noite, Nico subiu sozinho até o ponto mais alto da colina e começou sua contagem:

— Uma, duas, três, quatro… — Ele parou quando uma nuvem passou, escondendo parte do céu. — Oh, não! Vou ter que recomeçar!

Apesar do desafio, Nico não desanimou. No dia seguinte, ele procurou Dona Coruja, a mais sábia da floresta.

— Dona Coruja, como posso contar todas as estrelas sem me perder?

Dona Coruja abriu suas asas majestosas e respondeu com sua voz calma:

— Meu pequeno amigo, as estrelas sempre estarão lá, mas contar todas elas pode ser uma tarefa sem fim. Por que você não tenta descobrir algo mais sobre elas? Cada estrela tem sua história.

Nico ficou pensativo. Descobrir histórias das estrelas? Aquilo parecia ainda mais interessante do que apenas contá-las!

Naquela noite, Nico voltou para a colina, mas desta vez, em vez de contar, ele imaginou que cada estrela era um lugar mágico. Ele apontou para uma estrela brilhante e pensou:

— Talvez aquela seja o lar de coelhos que pulam em nuvens fofinhas.

Depois, olhou para outra, que piscava suavemente, e imaginou:

— E aquela deve ser um castelo onde as estrelas se reúnem para dançar.

Conforme os dias passavam, Nico começou a criar histórias para as estrelas. Logo, seus amigos ficaram curiosos e subiram a colina com ele para ouvir suas ideias.

— Nico, o que você acha que aquela estrela lá faz? — perguntou Lili, apontando para uma estrela azulada.

Nico fechou os olhos e sorriu.

— Aquela estrela é o farol de um barco que navega pelo céu. Ele ajuda as nuvens a encontrarem o caminho certo quando está escuro.

Todos os coelhinhos ficaram encantados. Agora, em vez de rir de Nico, eles adoravam ouvir suas histórias. Cada noite era uma nova aventura.

Uma noite, enquanto Nico e seus amigos estavam na colina, algo inesperado aconteceu. Uma estrela cadente cruzou o céu, deixando um rastro brilhante. Todos ficaram maravilhados.

— Nico, o que foi isso? — perguntou Lili, com os olhos arregalados.

Nico pensou por um momento e respondeu:

— Acho que foi uma estrela viajante. Ela deve estar levando um pedido especial de alguém aqui da Terra.

— Um pedido? — perguntou outro coelhinho. — Podemos fazer pedidos também?

— Claro que sim! — disse Nico. — Façam seus pedidos e confiem que a estrela viajante levará para o lugar certo.

Os coelhinhos fecharam os olhos e fizeram seus pedidos. Nico não disse em voz alta o que pediu, mas em seu coração, ele desejou que todos pudessem continuar admirando as estrelas juntos por muito tempo.

Depois daquela noite, Nico não apenas contava ou inventava histórias sobre as estrelas. Ele também ensinava seus amigos a olhar para o céu com admiração e a imaginar infinitas possibilidades. A colina se tornou o ponto de encontro favorito dos coelhos, e Nico ganhou o carinhoso apelido de “O Coelho das Estrelas”.

E assim, sob o céu estrelado, Nico e seus amigos aprenderam que, mesmo sem conseguir contar todas as estrelas, era possível sonhar e descobrir um universo de histórias e magia.

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