Em uma pequena vila à beira-mar, onde o sol parecia sempre sorrir e as conchas contavam histórias aos ventos, vivia um menino chamado Pedro. Ele adorava o som das ondas quebrando na areia e gostava de imaginar que o mar era um grande palco onde as ondas dançavam para quem quisesse assistir.

Certa noite, Pedro estava deitado em sua cama, mas o sono não vinha. Ele olhava pela janela aberta e via o céu cheio de estrelas, refletindo no mar tranquilo. De repente, ele ouviu um som suave, como um sussurro vindo das ondas. Curioso, ele se levantou, colocou sua pequena lanterna ao redor do pescoço e saiu de casa em direção à praia.

Quando chegou, encontrou algo mágico. As ondas pareciam diferentes, como se estivessem mais leves e cheias de graça. Foi então que Pedro percebeu que não estava sozinho. Uma figura delicada, vestida com um vestido feito de espuma brilhante, dançava na beira do mar. Era a Senhora das Ondas, uma criatura mágica que aparecia apenas nas noites mais calmas.

“Boa noite, pequeno Pedro”, disse ela, com uma voz suave como o som do mar. “O que faz aqui tão tarde?”

Pedro ficou surpreso por ela saber seu nome, mas respondeu: “Eu não conseguia dormir. O som do mar sempre me acalma, então vim até aqui. Mas quem é você?”

A Senhora das Ondas sorriu. “Eu sou quem guia o balé das ondas nas noites tranquilas. Elas dançam para trazer paz e sonhos doces a quem as observa. Esta é a hora mais especial do mar, quando ele canta suas canções mais suaves.”

Pedro ficou encantado. Ele se sentou na areia macia, enquanto a Senhora das Ondas ergueu os braços. De repente, as ondas começaram a se movimentar em perfeita harmonia, como bailarinas flutuando em um palco.

Elas se curvavam suavemente, levantavam pequenas coroas de espuma, e depois recuavam com delicadeza, como se estivessem fazendo uma reverência. A lua, brilhando no céu, parecia ser o holofote do espetáculo. As estrelas piscavam como se aplaudissem cada movimento.

Enquanto assistia, Pedro sentiu seus olhos ficando pesados. O balé das ondas parecia contar uma história silenciosa, cheia de tranquilidade. Ele fechou os olhos por um momento e se imaginou sendo uma onda, dançando com as outras, indo e voltando ao ritmo da música invisível do mar.

“Por que as ondas dançam, Senhora das Ondas?”, perguntou ele, lutando contra o sono que já o envolvia.

“As ondas dançam para lembrar que tudo na vida tem seu ritmo, Pedro”, respondeu ela. “Assim como elas vêm e vão, os dias e as noites também seguem seu curso. Quando você estiver cansado ou preocupado, basta lembrar que a calma sempre volta, assim como as ondas sempre retornam à praia.”

Pedro sorriu, sentindo uma paz profunda no coração. Ele se deitou na areia, enquanto as ondas continuavam seu balé. A Senhora das Ondas olhou para ele e, com um gesto delicado, enviou uma brisa morna para cobri-lo como um cobertor.

Antes de adormecer completamente, Pedro ouviu a voz suave da Senhora das Ondas pela última vez: “Sonhe com o mar, pequeno amigo. E lembre-se: sempre que precisar de calma, estarei aqui, guiando o balé das ondas no mar calmo.”

E assim, Pedro adormeceu, embalado pelo som das ondas e pela magia da noite. Quando acordou na manhã seguinte, o mar estava lá, como sempre, mas ele sabia que havia algo especial escondido naquelas águas.

A partir daquele dia, toda vez que o sono demorava a chegar, Pedro fechava os olhos e imaginava o balé das ondas no mar calmo. E, sem perceber, era levado por sonhos tão tranquilos quanto a própria dança do oceano.

Fim.

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