Em uma pequena vila à beira de um grande lago, vivia um menino chamado Gabriel. Ele adorava olhar para o lago ao entardecer, quando o céu ficava pintado de rosa e dourado, e o reflexo das estrelas começava a aparecer na água. Gabriel tinha um pequeno barquinho de madeira, feito por seu avô, que ele chamava de “Sonhador”.
Toda noite, antes de dormir, Gabriel colocava o barquinho no lago e imaginava que ele navegava para terras mágicas. “Sonhador, leve meus sonhos para lugares onde eu nunca fui”, ele dizia, enquanto o vento suave balançava as árvores ao redor.
Uma noite, algo incrível aconteceu. Assim que Gabriel fechou os olhos, ele sentiu como se estivesse flutuando. Quando os abriu, percebeu que estava dentro do barquinho! O lago brilhava como um tapete de estrelas, e o “Sonhador” navegava sozinho, guiado por uma luz suave e dourada.
— Para onde estamos indo? — perguntou Gabriel, meio assustado, mas também curioso.
Uma voz doce e tranquila, que parecia vir do vento, respondeu: — Estamos indo para o Reino dos Sonhos, onde tudo que você imagina pode acontecer.
Gabriel olhou para o céu e viu constelações que nunca tinha visto antes. Algumas pareciam animais brincando, outras eram formas que dançavam no ar. Logo, o barquinho chegou a um lugar onde o lago terminava e começava um vasto oceano brilhante.
De repente, peixinhos dourados saltaram ao redor do “Sonhador”. Um deles, maior e com olhos cintilantes, falou: — Bem-vindo, Gabriel! O Reino dos Sonhos espera por você. Cada onda aqui carrega um desejo, e cada estrela no céu conta uma história.
Gabriel sorriu, sentindo uma paz enorme em seu coração. Ele se deitou no barquinho, olhando para as estrelas que pareciam sussurrar segredos.
Enquanto o “Sonhador” continuava a viagem, Gabriel viu uma ilha no horizonte. Era uma ilha coberta de árvores iluminadas por pequenas luzes que piscavam como vaga-lumes. Quando o barquinho chegou à praia, Gabriel desceu e encontrou um caminho feito de areia brilhante.
— Quem vive aqui? — perguntou ele ao vento.
— Esta é a Ilha da Calma — respondeu a voz do vento. — Aqui, os sonhos aprendem a descansar antes de voar.
Gabriel caminhou pela ilha e encontrou uma grande árvore no centro. Seus galhos estavam cheios de pequenos sinos dourados que tocavam uma música suave sempre que o vento passava. Ele sentou-se debaixo da árvore e fechou os olhos por um momento, sentindo o som relaxante como um abraço.
De repente, a árvore falou: — Gabriel, você tem um coração cheio de curiosidade e bondade. Cada sonho que você tem é uma semente que pode crescer em algo maravilhoso.
Gabriel ficou encantado, mas antes que pudesse responder, o “Sonhador” apareceu na praia, pronto para continuar a viagem. Ele se despediu da árvore e voltou para o barquinho.
O próximo destino foi uma cachoeira de luz. Cada gota que caía parecia ser feita de estrelas líquidas. Gabriel viu seu reflexo na água e percebeu que estava sorrindo como nunca antes.
— Obrigado, Sonhador — disse ele, acariciando o pequeno barco. — Você realmente me leva para lugares mágicos.
Quando a noite chegou ao fim, o barquinho começou a voltar para o lago onde a aventura havia começado. Gabriel olhou para o céu mais uma vez e viu que as estrelas pareciam piscar para ele, como se estivessem dizendo: “Volte sempre que quiser.”
De manhã, Gabriel acordou em sua cama, com o barquinho “Sonhador” ao seu lado. Ele sabia que tinha sido mais do que um sonho. Sempre que olhava para o lago, sentia que aquele mundo mágico ainda estava lá, esperando por ele.
E assim, todas as noites, Gabriel continuava a soltar o “Sonhador” no lago, com a certeza de que seus sonhos navegavam para além do horizonte, para lugares onde a magia nunca acaba.
Fim.