Era uma vez um jardim mágico, que só revelava seus segredos quando o sol ia dormir e a lua começava a brilhar no céu. Durante o dia, era um lugar bonito e tranquilo, cheio de flores coloridas, borboletas que voavam de lá para cá e passarinhos cantando. Mas à noite, o jardim se transformava em um mundo encantado, onde coisas incríveis aconteciam.

Lia era uma menininha curiosa, que adorava brincar no jardim durante o dia. Ela sempre ficava imaginando como seria o jardim à noite, mas nunca tinha coragem de ir até lá depois que escurecia. Certo dia, enquanto ajudava sua mãe a regar as plantas, ela ouviu um sussurro baixinho vindo de uma flor azul brilhante.

“Venha nos visitar esta noite, Lia”, disse a flor, com uma voz suave e melodiosa.

Lia arregalou os olhos. Será que tinha ouvido direito? Uma flor falando? Ela esfregou os ouvidos, mas o som já havia desaparecido. Ainda assim, sua curiosidade não a deixou em paz.

Quando a noite chegou, e todos na casa estavam dormindo, Lia pegou sua lanterna e desceu as escadas em silêncio. Com passos cuidadosos, ela abriu a porta que dava para o jardim e saiu para explorar.

Assim que pisou na grama, algo mágico aconteceu. A lua iluminou o jardim de uma forma que ela nunca tinha visto antes. As flores brilhavam como se tivessem pequenas estrelas dentro delas. O vento soprava suavemente, e as árvores pareciam cochichar entre si. Lia sentiu um arrepio de excitação.

De repente, uma joaninha dourada pousou em sua mão. Ela não era como as outras joaninhas; suas asas brilhavam como se fossem feitas de ouro puro.

“Você deve ser Lia”, disse a joaninha, com uma voz gentil. “Eu sou Luna. Venha comigo, vou mostrar os segredos do jardim ao anoitecer.”

Lia ficou encantada e seguiu Luna pelo jardim. A joaninha voava devagar, para que Lia pudesse acompanhá-la.

Primeiro, Luna levou Lia até um pequeno lago. A água era tão clara que parecia um espelho. Peixinhos coloridos nadavam em círculos, mas o mais surpreendente era que eles cantavam! Cada peixe emitia uma nota diferente, e juntos formavam uma melodia suave e relaxante.

“Eles cantam para a lua todas as noites”, explicou Luna. “É uma maneira de agradecer pela luz prateada que ilumina o lago.”

Lia sorriu e continuou seguindo a joaninha. Em um cantinho do jardim, encontrou um grupo de vagalumes brincando de esconde-esconde entre as folhas. Eles piscavam suas luzes para sinalizar onde estavam, e os outros vagalumes tentavam encontrá-los.

“Quer brincar com eles?”, perguntou Luna.

Lia deu uma risadinha e começou a correr atrás dos vagalumes, que voavam ao redor dela, piscando suas luzinhas. Era uma brincadeira mágica, e Lia nunca tinha se divertido tanto.

Depois, Luna a levou até uma grande árvore no meio do jardim. Seus galhos estavam cobertos de flores brancas que pareciam nuvens. Um suave perfume de mel preenchia o ar.

“Essa é a Árvore dos Sonhos”, disse Luna. “Ela guarda os sonhos de todos que vivem por aqui.”

Antes que Lia pudesse perguntar como isso funcionava, um dos galhos mais baixos se inclinou até ela, como se estivesse oferecendo uma flor. Lia pegou a flor com cuidado, e assim que a segurou, viu uma imagem aparecer dentro dela. Era um filhote de coelho sonhando que estava pulando entre estrelas.

“Cada flor guarda um sonho”, explicou Luna. “A Árvore dos Sonhos cuida deles até que eles se tornem realidade.”

Lia ficou maravilhada com tudo o que estava descobrindo. Quem poderia imaginar que o jardim escondia tantos segredos?

Por fim, Luna levou Lia a um círculo de pedras brilhantes no centro do jardim. No meio delas, havia um pequeno cristal azul que emitia uma luz suave.

“Esse é o Coração do Jardim”, disse Luna. “É ele que mantém tudo mágico por aqui. O jardim é especial porque todos os que o visitam deixam um pouquinho de sua felicidade, e o Coração a transforma em magia.”

Lia olhou para o cristal com admiração. “Então eu posso deixar um pouquinho da minha felicidade aqui?”, perguntou.

“Claro”, respondeu Luna. “Tudo o que você precisa fazer é pensar em algo que te deixa muito feliz.”

Lia fechou os olhos e pensou em sua família: sua mãe contando histórias, seu pai cantando para ela dormir, e o abraço caloroso de seus avós. Quando abriu os olhos, o cristal azul brilhou ainda mais forte, como se estivesse agradecendo.

“Você acabou de tornar o jardim ainda mais mágico, Lia”, disse Luna, com um sorriso em sua voz.

Depois de explorar mais um pouquinho, Lia começou a sentir o cansaço chegar. Luna percebeu e disse: “É hora de você descansar também. O jardim estará aqui quando quiser voltar.”

Lia agradeceu à joaninha e deu um último olhar ao jardim mágico antes de voltar para casa. Ao se deitar em sua cama, sentiu-se tão tranquila e feliz que dormiu imediatamente, sonhando com os segredos do jardim ao anoitecer.

E assim, toda noite, Lia sabia que o jardim mágico estava lá, guardando seus mistérios e espalhando magia para aqueles que acreditavam.

Fim.

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