Era uma vez, no céu mais azul e estrelado que você pode imaginar, uma pequena estrelinha chamada Lilu. Ela vivia lá no alto, entre nuvens macias e estrelas brilhantes. Todas as noites, Lilu fazia o seu trabalho direitinho: acendia sua luz e brilhava junto com as outras estrelas para iluminar o céu noturno.

Mas Lilu tinha um sonho: ela queria brilhar mais forte do que todas as outras estrelas. “Se eu brilhar mais forte, todos lá na Terra vão me notar e eu serei especial!”, pensava ela. Todas as noites, Lilu se esforçava, tentando aumentar o seu brilho. Ela piscava mais rápido, sacudia sua luz e até tentava ficar mais perto da Lua, que era a mais brilhante do céu. Mas nada parecia funcionar.

Uma noite, enquanto estava sentada em uma nuvem fofinha e suspirando de cansaço, uma estrela mais velha chamada Stella se aproximou. Stella tinha um brilho suave e tranquilo, e sua luz era acolhedora, como um abraço.

“O que foi, Lilu? Por que você está tão pensativa?”, perguntou Stella com um sorriso bondoso.

“Ah, Stella,” respondeu Lilu, “eu tento, tento e tento, mas nunca consigo brilhar mais do que as outras estrelas. Eu quero ser especial!”

Stella deu uma risadinha suave. “Lilu, você já é especial, mesmo que não perceba. Cada estrela tem seu próprio brilho. Talvez você esteja tentando brilhar do jeito errado. Que tal descobrir o que realmente faz você feliz?”

Lilu inclinou sua pontinha cintilante e perguntou: “O que me faz feliz? Como isso pode me ajudar a brilhar mais?”

“Por que você não desce até a Terra e descobre?”, sugeriu Stella. “Você pode aprender muito observando quem está lá embaixo. Talvez você descubra algo que a fará brilhar de uma maneira que nunca imaginou.”

Lilu ficou animada com a ideia. Com a permissão do Sol e da Lua, ela deslizou pelo céu, descendo suavemente até o mundo abaixo. Quando chegou, escolheu pousar em um campo tranquilo, onde as flores dormiam e o vento cantava baixinho. Ela se escondeu entre as folhas de uma árvore alta e começou a observar.

Logo, Lilu viu uma pequena menina chamada Sofia. Ela estava em seu quarto, olhando pela janela. Sofia parecia triste, com as mãos no queixo e os olhos brilhando de lágrimas.

“Por que você está chorando, pequena humana?”, sussurrou Lilu, mesmo sabendo que a menina não podia ouvi-la. Curiosa, a estrelinha decidiu iluminar-se um pouquinho mais e fazer um leve brilho no vidro da janela. Sofia notou a luz e enxugou os olhos.

“Que estrela bonita!”, disse Sofia, com um sorriso pequeno. “Eu acho que ela está me ouvindo…”

Lilu piscou, animada. “Ela está falando comigo!”, pensou. Então, a pequena estrelinha decidiu brilhar mais um pouquinho, como se estivesse dizendo: “Estou aqui para você!”

Todas as noites, Lilu voltava ao mesmo lugar, esperando Sofia na janela. Cada vez que a menina olhava para o céu, via o brilho especial de Lilu e conversava com ela. Sofia contava sobre seus dias, seus sonhos e até mesmo suas preocupações.

“Eu quero ser valente na escola, mas tenho medo de não conseguir,” disse Sofia uma vez. Lilu brilhava suavemente, como se dissesse: “Você consegue!”

Com o tempo, Sofia começou a sorrir mais. Ela não sabia explicar, mas aquele brilho especial no céu sempre fazia seu coração se sentir quentinho e seguro. Ela até passou a dormir melhor, sabendo que Lilu estava lá.

Enquanto isso, Lilu percebeu algo diferente em si mesma. Ela não estava mais tentando brilhar mais forte do que as outras estrelas. Ao invés disso, estava brilhando para trazer conforto e alegria para Sofia. E sabe o que aconteceu? O brilho de Lilu ficou ainda mais bonito! Era suave, mas cheio de amor e carinho. Agora, não era apenas Sofia que a notava; outras crianças e até adultos também começaram a reparar na sua luz especial.

Uma noite, Lilu voltou para o céu para visitar Stella. “Você tinha razão,” disse Lilu, com um brilho que parecia dançar de felicidade. “Eu descobri que quando eu ajudo os outros, meu brilho fica ainda mais bonito!”

Stella sorriu. “Eu sabia que você descobriria. O brilho mais bonito é aquele que vem do coração, Lilu.”

E assim, a pequena estrelinha continuou sua missão especial. Todas as noites, ela brilhava para quem precisasse de uma luzinha amiga no céu. E, mesmo sem ser a estrela mais forte ou mais chamativa, Lilu se tornou a mais querida entre todas.

E lá na Terra, Sofia cresceu com a certeza de que, não importa o quão escura seja a noite, sempre haveria uma estrela pronta para iluminar seu caminho.

Fim.

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