Em uma pequena vila cercada por montanhas e campos floridos, vivia um gato chamado Nico. Ele era um gato cinza, com olhos grandes e brilhantes, que pareciam refletir as estrelas do céu. Nico adorava dormir, mas seus sonhos não eram como os dos outros gatos. Enquanto seus amigos sonhavam com tigelas de leite ou novelos de lã, Nico sempre sonhava com o céu.
No céu dos sonhos de Nico, ele podia voar. Suas patas se transformavam em asas macias, e ele planava entre as nuvens, sentindo a brisa suave do vento em seu pelo. Ele visitava estrelas brilhantes, conversava com a lua e brincava de esconde-esconde com os raios de sol.
Todas as noites, antes de dormir, Nico se deitava na janela de sua casa e olhava para o céu. Ele observava as nuvens se movendo devagar, as estrelas piscando e a lua sorrindo para ele. “Ah, como seria maravilhoso voar de verdade”, pensava Nico.
Um dia, enquanto caminhava pelo jardim, Nico encontrou um passarinho chamado Pippo. Pippo tinha penas coloridas como um arco-íris e cantava melodias tão suaves que faziam qualquer um sorrir.
“Por que você está tão pensativo, Nico?”, perguntou Pippo, pousando em um galho perto dele.
Nico suspirou. “Eu sempre sonhei em voar pelo céu, mas sou apenas um gato. Acho que isso nunca vai acontecer.”
Pippo inclinou a cabecinha e disse: “Talvez eu possa ajudar. Venha comigo esta noite.”
Nico ficou curioso. O que Pippo estaria planejando?
Quando a noite chegou, Pippo levou Nico para o topo de uma colina alta, onde o céu parecia mais próximo. “Feche os olhos e escute”, disse Pippo. Nico fechou os olhos e ouviu. O vento soprava suavemente, como uma música que embalava seus pensamentos.
“Agora, imagine que você está voando”, continuou Pippo. Nico começou a imaginar. Em sua mente, ele sentiu suas patas se tornarem leves, como se fossem feitas de nuvens. O vento parecia levantá-lo, e ele podia ouvir o som de asas batendo. Quando abriu os olhos, percebeu que não estava mais na colina. Ele estava flutuando!
Nico olhou ao redor, maravilhado. Ele realmente estava voando! Pippo voava ao lado dele, guiando-o pelo céu noturno. Juntos, eles passaram por entre as nuvens, deram voltas ao redor da lua e brincaram com as estrelas cadentes.
“Como isso é possível, Pippo?”, perguntou Nico, ainda incrédulo.
“Às vezes, tudo o que precisamos é acreditar”, respondeu Pippo com um sorriso. “Os sonhos são poderosos, Nico. Quando você acredita neles, eles podem se tornar reais.”
Nico não conseguia parar de sorrir. Ele sentia uma alegria tão grande que parecia preencher todo o céu. Durante o que pareceu horas, eles exploraram aquele mundo mágico acima das nuvens. Mas, eventualmente, o sol começou a surgir no horizonte, e Pippo disse que era hora de voltar.
Quando Nico acordou em sua caminha, ele não tinha certeza se tudo aquilo tinha sido real ou apenas mais um sonho. Mas, ao olhar para suas patas, viu um pequeno brilho, como poeira de estrelas. Ele sorriu, sabendo que, real ou não, aquela experiência viveria em seu coração para sempre.
E assim, todas as noites, Nico continuava a sonhar com o céu. E, mesmo quando não estava dormindo, ele sabia que seus sonhos podiam levá-lo a lugares incríveis — bastava acreditar.
Fim.