Em uma fazenda tranquila, havia um lago cheio de vida. Ali viviam patos, rãs, peixinhos e muitos outros animais felizes. Entre eles estava Pipo, um pequeno patinho amarelo com penas brilhantes e olhos curiosos. Mas, apesar de sua alegria durante o dia, Pipo tinha um grande medo: ele morria de medo do escuro.

Toda noite, quando o sol se punha e a lua subia no céu, Pipo se escondia no canto mais iluminado do galinheiro. Enquanto os outros patinhos nadavam sob as estrelas ou dormiam tranquilamente, Pipo tremia e fechava os olhos, tentando ignorar o escuro ao seu redor.

Um dia, sua amiga Lili, uma rã muito corajosa, percebeu que Pipo parecia sempre triste ao anoitecer.

— Pipo, por que você nunca vem brincar comigo e com os outros animais à noite? — perguntou Lili.

Pipo abaixou a cabeça e respondeu:

— Eu tenho medo do escuro, Lili. Não consigo enxergar nada, e parece que monstros podem aparecer a qualquer momento.

Lili pensou por um momento e disse:

— Não se preocupe, Pipo. Eu vou te ajudar a enfrentar esse medo. Amanhã à noite, venho te buscar para uma aventura especial.

No dia seguinte, assim que o sol desapareceu no horizonte e a noite chegou, Lili apareceu no galinheiro com um sorriso confiante.

— Vamos, Pipo! Hoje é o dia de enfrentar o escuro juntos — disse ela.

Pipo hesitou, mas a determinação de sua amiga lhe deu coragem. Ele saiu do galinheiro devagar, ficando bem perto de Lili.

— Onde vamos? — perguntou ele, com a voz tremendo.

— Vamos explorar a magia da noite — respondeu Lili, guiando-o até a beira do lago.

No caminho, Pipo notou algo diferente. Mesmo no escuro, o lago brilhava com pequenos pontos de luz.

— O que é isso? — perguntou ele, surpreso.

— São os vaga-lumes! Eles iluminam a noite com suas luzes — explicou Lili.

Pipo ficou encantado. Ele nunca tinha reparado nos vaga-lumes antes, pois sempre estava escondido. Enquanto caminhavam, mais surpresas apareceram. As estrelas brilhavam no céu como pequenos diamantes, e o vento noturno trazia um cheiro doce de flores.

Lili levou Pipo até uma árvore onde um grupo de corujas cantava suavemente.

— Escute, Pipo. A noite tem sua própria música — disse ela.

Pipo começou a relaxar. Aos poucos, o medo que ele sentia foi dando lugar à curiosidade. Eles continuaram explorando até chegar a um campo aberto, onde Pipo viu algo incrível: a lua cheia brilhava tão forte que iluminava todo o lugar.

— A lua é como uma lanterna gigante no céu! — exclamou Pipo.

Lili sorriu e disse:

— Viu como o escuro pode ser bonito? Ele não é assustador, Pipo. Basta olhar com atenção para perceber as coisas boas que ele traz.

Naquela noite, Pipo voltou para o galinheiro com um sorriso no rosto. Pela primeira vez, ele não se escondeu no canto iluminado. Em vez disso, contou para os outros patinhos sobre as maravilhas que havia descoberto.

A partir daquele dia, Pipo não tinha mais medo do escuro. Ele aprendeu que a noite guardava muitas belezas e aventuras, e que com coragem e um bom amigo ao lado, era possível enfrentar qualquer medo.

Fim.

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